Amizades
que valem a pena, aquelas que fazem a diferença, que mesmo no silêncio há a
cumplicidade, que mesmo na dor há a alegria, onde compartilhamos nossos
melhores momentos e nossos piores também...
No começo
não passava de brincadeira, eu era tua companheira, corria contigo, vivia
junto, escondia-me nas horas do banho e você me dedurava, te abraçava sem saber
o porquê, te adorava. Corria de esquina a esquina procurando o que você me
pedia, nem sabia que tudo não passava de mentira, me
divertia para mais tarde darmos o primeiro passo juntas, concluindo sempre com
verdades, com respeito e amizade...
O tempo então passou e estudávamos no mesmo
colégio, tínhamos as mesmas coisas, as mesmas roupas, compartilhávamos o mesmo
lanche, sofríamos juntas, fugíamos das surras que levaríamos de nossas mães,
sentíamos as mais adultas da rua, éramos imbatíveis, mudei-me para um prédio e você sempre
me visitava, se conformava, se consentia, crescemos e nos tornamos mais
unidas do que qualquer coisa...
Na alegria, nos divertíamos com coisas banais,
sorríamos uma para outra quando fazíamos besteiras, mentíamos quando
precisávamos, vivíamos... Pegávamos o primeiro ônibus que víamos, tentávamos
fugir da realidade e buscar a felicidade.
Na tristeza, onde aconselhávamos, mudávamos repentinamente de
adolescente para mulheres, parecíamos ter o triplo de nossa idade,
amadurecíamos. Crescíamos juntas, de maneira igual e consciente, de maneira ingênua
e valente, nunca ausente... Corríamos na chuva e lembrávamos-nos da nossa
infância, cheia de sonhos e expectativas e que sempre a nossa amizade
prevaleceria.
Crescemos e aprendemos com os nossos próprios erros... E acertos...
Mudávamos nossa rotina, criamos nossa própria família, mas a amizade estaria
sempre ali, independente do que acontecesse, mesmo que no final não passasse de
lembrança, mas sabíamos que ela existiu.
Ensinaríamos os nossos filhos o que compreendemos e tentamos compreender
durante anos, o valor da amizade, o valor da vida! Ensinaríamos a
seguir caminhos, a escolher os seus próprios, tentaríamos repassar o que não
quisemos aprender... E o principal: Ensinaríamos o que é amar e confiar em
alguém e jamais decepcioná-la! Andar junto e perceber que esse alguém você
levará para a vida toda!
Percebo que a amizade é complicada de descrever, é feita de ações, de
gestos, por pequenos que sejam, são naturais. Olhar para o lado e ter um ombro
para chorar, sentir o friozinho na barriga e segurar naquela mão amiga que te
acompanhará.
Percebo que não importa o quanto doa perder um "Amigo-Irmão",
nos reconstruímos e buscamos novas forças para encontrar novas amizades e
torcemos para que durem e sejam verdadeiras... Por enquanto, conquiste e
cultive a sua amizade e espere "Que seja para o todo sempre, amada e verdadeira e se não for, que um dia possa dizer :Foi bom enquanto durou"
(Izabella Gonçalves)