Deslizando meus dedos nas principais cordas e destacando os mais bonitos sons, meu estímulo era continuar, continuar a melodia naquele violão envolvente e reluzente onde eu via meu reflexo, meus traços, meus medos e desejos, e aquela música que eu estava tocando fez-me parar no tempo, voltá-lo como em um filme, e revivê-lo... Soltar a minha imaginação... Cantar e sonhar... Deixei a melodia chegar ao fim, e as minhas lembranças, deixadas para trás, porém jamais esquecidas, tornando-as passado, mas não ilusão, permitindo-me voltar ao verdadeiro presente, vivenciá-lo e planejar o meu futuro...
Após deixar minha viola de lado, olho para aquele instrumento e percebo que ele fez parte da minha história, das minhas lutas, das minhas conquistas... Participou de minhas confidencias, dos meus dias de raiva e de felicidade... E quando estava triste, me abrigava em suas notas, ajudando-me e reconfortando-me... E hoje eu agradeço aquele simples objeto que me possibilitou aprender um pouco mais em cada melodia...
(Izabella Gonçalves)
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